terça-feira, 26 de março de 2013
segunda-feira, 25 de março de 2013
Quando um amigo chamar, vá!
Elaine Tavares
Ela tinha muitos amigos no facebook e inumeráveis seguidores no twitter. Por ali sempre rolavam conversas, risadas, compartilhamentos de textos e sentimentos. Mas havia a frieza de um espaço sem olhares quentes, sem abraços apertados, sem beijos, sem toques de mãos. E ela precisava disso. Talvez porque fosse de uma outra geração, de um outro mundo, desses nos quais as pessoas se olham e se afagam e se beijam e se encantam uma com a outra. Ela, então, tinha sede e fome de presenças, era o seu alimento e, sem isso, definhava. Achava até que se não tivesse, vez em quando, o contato real com aqueles a quem amava, morreria.
Então inventou um encontro. Precisava dele para não sucumbir de vazios humanos. Comprou frutas, sucos, vinhos, pãezinhos e patês. Tal qual Babette planejando a festa, preparou delícias para dividir com aqueles os quais chama de amigos. Comer junto é comunhão, coisa sagrada, desperta o que há de melhor em cada ser. Também, feito a raposa, desde a manhã seu coração batia ligeiro esperando a hora do abraço que lhe devolveria a vida. Era o primeiro dia do outono, a mais bonita das estações, e chovia uma chuva forte, lavando a cidade e preparando a terra para a colheita. O universo conspirava para que a noite fosse de profundas alegrias.
Quando a hora chegou, tudo estava pronto. A mesa posta, a música escolhida, o vinho aberto. Ela sentou-se na varanda, a esperar. A chuva seguia, renitente, mas, pensou: “ninguém é de açúcar”. E quem ousaria não dar ouvidos ao chamado de um amigo? Sorriu e ficou a imaginar cada um dos rostinhos amados que chegariam, afogueados, guarda-chuvas abertos, fugindo do aguaceiro, também ansiosos pelo encontro, o abraço, o toque.
O tempo foi fugindo do relógio, a chuva seguindo seu curso, as frutas murchando e ninguém apareceu. A mulher deixou-se ficar à varanda, com todos os copos de vinho no chão. Na cidade molhada nenhum amigo atendeu ao chamado. Não haveria abraços, nem beijos, nem toques de mãos. Então, dos olhos, começaram a escorrer pequenas gotas de lágrimas, que foram crescendo, crescendo, crescendo, até formarem uma imensa poça de água. No dia seguinte, quando a procuraram, tudo o que puderam encontrar foi aquela estranha poça ao lado da cadeira que balançava sozinha no alpendre. A mulher nunca mais foi vista. Seu último post no facebook foi um insistente chamado para a festa.
Sua caixa de emails, aberta no dia seguinte, estava cheia de mensagens dos amigos, dizendo que tinham coisas importantes a fazer. Não seria possível o encontro. E a vida seguiu no facebook, com milhares de pessoas “compartilhando” coisas.
sexta-feira, 22 de março de 2013
O racismo contra os indígenas está vivo e passa bem
Elaine Tavares
Uma entrevista em vídeo
realizada com a cacique Eunice Antunes, da comunidade Guarani, do Morro
dos Cavalos, mostrou o quanto a questão indígena em Santa Catarina
também é revestida de profunda violência. O "sul maravilha", de certa
forma, passa a imagem de um espaço civilizado, longe da truculência de
regiões conflagradas como a Amazônia ou o Mato Grosso do Sul, nas quais é
comum o assassinato descarado de índios. Só que isso é pura ilusão. Ou
pior. Mostra que quando os índios estão quietos, confinados na sua
miséria, é sempre muito fácil parecer "bonzinho" e "respeitar" os
direitos, no geral expressos em distribuição de cestas básicas. Mas, se
eles se levantam em luta e exigem que as terras sejam demarcadas, que a
lei seja cumprida, aí a violência assoma, com sua cara feia, e todo o
racismo que subjaz no cotidiano igualmente aflora.
A comunidade Guarani do
Morro dos Cavalos é um espaço de quatro hectares onde se apertam 28
famílias, 200 almas. Elas reivindicam desde há anos suas terras
ancestrais e, finalmente, em 2008, os 1.997 hectares aos quais têm
direito foram demarcados. Só que nesse território também estavam mais de
60 famílias de "juruás" (os brancos), que, ou grilaram ou compraram as
terras e agora precisam sair. O trabalho da Funai tem sido sistemático
no sentido de indenizar e retirar as famílias. A maioria tem aceitado,
mas uma parcela insiste em ficar. Sentimento justo, afinal, algumas
estão ali há gerações. E é por aí que se espraia o conflito. O governo
do estado deveria também indenizar as famílias, no valor da terra, já
que a Funai só paga as benfeitorias, por conta de que o espaço é uma
reserva natural e não poderia ter ninguém morando.
Pois a fala da cacique
(http://youtu.be/bKUKCXHDCKU), contanto essa história e, inclusive, se
colocando a favor da indenização dessas famílias, fez brotar um onda de
violências verbais nos comentários do You Tube, que bem mostram a
intolerância, o ódio e o preconceito que cerca a questão indígena. "diz
que os jovens só ficam brincando, vendo TV depois da aula, pois recebem
bolsa família, bolsa escola. A cacique ainda não os ensinou a pescar,
caçar, afinal ela não tem tempo, pois fica só recebendo informação da
FUNAI. Que cultura é essa de índio recebendo bolsa do governo?", diz um
dos comentários. E outro: "A cacique é bem viajada, faz turismo com
nosso dinheiro. Quase não fica na aldeia, está explicada a vinda dos
índios à vila pedir (esmolar). Essa é boa vida deles. Não é preciso ser
índio, basta seguir a religião para se dizer índio".
Outras barbaridades como
chamar a cacique de boliviana, paraguaia, estrangeira e fazer piada com
o fato de ela estar usando batom foram depois retiradas dos comentários
quando alguém sugeriu que ia entrar na justiça por racismo. O debate
mostra, com riqueza de detalhes, o ranço que existe, indelével, não só
nas comunidades próximas à aldeia, mas também em todo o estado. Para boa
parte das pessoas, índio só é bonitinho nas páginas dos livros ou
quietinho nas aldeias. Bastou gritar, exigir direitos, para virar
inimigo, "coisa ruim".
Ser índio
O movimento de
recuperação das culturas originárias que assomou na América Latina desde
o final dos anos 90 demorou a chegar no Brasil. E não poderia ser
diferente. Ao contrário de países como a Bolívia, Equador, Guatemala e
outros que contabilizam a maioria da população como indígena, aqui no
Brasil os povos autóctones foram sendo dizimados desde a chegada dos
portugueses em 1500. Com a leva dos imigrantes logo após a abolição da
escravatura, mais uma onda de destruição dos povos indígenas se fez. No
início do século XX, com a necessidade de abertura de novas fronteiras
agrícolas, também a região norte, ainda bastante isolada, foi sendo
tomada. Restou aos indígenas o confinamento em reservas ou a integração
forçada na vida dos brancos. Tudo isso foi provocando a desaparição de
povos inteiros e a falta de uma política clara de demarcação dos
territórios também fomentou uma espécie de "guerra" permanente com os
interesses dos fazendeiros, mineradores e madeireiros que foram
invadindo as terras indígenas.
Hoje, depois de mais de
uma década de lutas importantes pela América Latina e a profunda mudança
na posição dos indígenas diante de sua realidade, também os povos do
Brasil começaram a se integrar no processo de retomada da cultura e da
identidade. Tanto que , segundo o IBGE, a população indígena cresceu
205% desde 1991. Isso porque muitas pessoas que já estavam no mundo
urbano, "integradas", também resolveram assumir sua identidade e lutar
pela sua cultura. Hoje, o Brasil já contabiliza 896,9 mil índios de 305
etnias, e em quase todos os municípios (80%) tem alguma pessoa
autodeclarada indígena. Até mesmo alguns grupos já considerados
extintos, como os Charrua, se levantam, se juntam, retomam suas raízes,
formam associações e lutam por território. A maioria dos indígenas, 63%,
ainda vive em área rural e o IBGE também constatou que aqueles que já
estão com suas terras demarcadas conseguem viver com mais tranquilidade,
vivenciando suas culturas. Esses, conformam também uma maioria, com
mais de 500 mil pessoas.
A única exceção é a
terra dos Yanomami, a mais populosa, com 25 mil e 700 habitantes, entre
os estados do Amazonas e Roraima, que tem sofrido a invasão sistemática
de garimpeiros em busca de ouro e outros minerais. Vários conflitos são
registrados sistematicamente na região desde o ano de 1996, quando o
então deputado Romero Jucá entrou com um projeto de lei para
regulamentar a mineração em terras indígenas, principalmente na dos
Yanomami. Naquele mesmo período, segundo denúncia dos indígenas, ele e
José Sarney derramaram mais de 40 mil garimpeiros na área, exacerbando
os conflitos. Esse projeto tramitou e em 2012 o deputado Édio Lopes
(PMBB), de Roraima, apresentou um substitutivo global, o qual sugere a
cessão de quase 80% do território Yanomami para grandes empresas
mineradoras. Existem, hoje, mais de 650 requerimentos de empresas
querendo minerar nas terras indígenas. Assim, sob a alegação de que as
riquezas nacionais precisam ser exploradas, mais uma vez os indígenas
correm risco de perderem sua vida. “Queremos que a floresta permaneça
silenciosa, que o céu continue claro, que a escuridão da noite cai
realmente e que se possa ver as estrelas", insiste Davi Yanomami, mas
esse seu desejo não é levado em consideração quando o que está em jogo é
a expansão do capital e a exploração desenfreada de minerais.
Não bastasse isso,
outras comunidades do norte estão hoje completamente ameaçadas pelas
famosas obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Essa região
concentra 38,2 % dos projetos, que envolvem abertura de estradas e
construções de usinas. Dos 61 projetos em andamento no norte, 37 deles
estão da região amazônica e devem atingir 30 áreas indígenas . O mais
emblemático e que já provocou dezenas de conflitos é o de Belo Monte,
uma obra gigante que coloca em risco todos os povos do Xingu.
Outro drama que se
desenrola longe das câmaras de TV e da consciência nacional é o do povo
Pankararu, uma comunidade de oito mil pessoas que sempre viveu às
margens do Rio São Francisco, em Petrolândia, Pernambuco, e que agora
está sem acesso à água e ao rio por conta das obras de transposição.
Desalojados, perdidos da relação com o rio, eles são abastecidos com
carro-pipa, nas piores condições, enquanto o governo fala nas maravilhas
da transposição, que nada mais é do que a proposta de levar água ao
agronegócio. Já, com os índios, quem se importa?
Também os povos que
vivem no Mato Grosso do Sul amargam violência e desamparo. São mais de
30 acampamentos de indígenas no estado, que é o que lidera o triste
pódio de assassinatos de índios (62% ) , assim como o de mortes de
crianças indígenas por falta de assistência médica. Recentemente uma
comunidade de Guarani Kaiowá, com 170 pessoas, que estava acampada em
dois hectares na beira de uma estrada, ameaçou resistir até o último
homem caso fosse despejada. O drama provocou comoção nacional quando a
mídia falou em suicídio. Na verdade, o estado de Mato Grosso do Sul
também é campeão em número de suicídio de índios, com mais de 1.500
casos registrado nos últimos dez anos, sendo a maioria de jovens de 13 a
15 anos, completamente destituídos da vontade de viver sem condições de
serem plenos na sua cultura.
A voracidade do capital
E assim é a situação dos
povos indígenas nesse país. Sempre tendo de superar dezenas de barreira
para simplesmente ser. No Amazonas meninas índias trocam a virgindade
por 20 reais, madeireiros assassinam índios no Pará, fazendeiros
escravizam índios em Vacaria, Rio Grande do Sul , índios morrem nos
cantões tentando defender suas terras. Tudo isso aparece como pequenos
"drops" informativos, como se fossem casos esdrúxulos, fora do normal.
Não são. Essa é a realidade cotidiana de milhares de indígenas, todos
os dias colocados sob o foco do racismo, tal como agora acontece em
Santa Catarina. São chamados de feios, sujos, vagabundos, bêbados,
paraguaios, escória do mal. Basta de saiam de suas aldeias e
reivindiquem. Agora, com a política de cotas, eles estão entrando nas
universidades. Mais um espaço no qual o racismo aflora com força.
É uma tarefa dura para
as gentes autóctones viver num mundo que os hostiliza sempre que saem da
sua condição de "coitadinhos". Mas eles estão aí, crescendo, se
multiplicando. Com outros tantos de autodeclarando, assomando na
cultura, na língua, no território. Nunca será fácil. A consciência de
que todo o território foi roubado custa a se formar , daí a violência
que se vê no dia-a-dia. Mas, muito mais do que isso, o que provoca a
maior parte dos conflitos é insaciável expansão do capital. Terras
indígenas como as do Mato Grosso do Sul são pura fertilidade, os
fazendeiros as querem. Também são ricas em minério as terras amazônicas,
e os interesses multinacionais são gigantes. Daí que fomentar o
racismo, provocar o ódio, também faz parte da estratégia do capital.
Fica mais fácil destruir, derrotar, extinguir aquilo que as pessoas
consideram "lixo". Assim, não há culpas.
Por isso que no sul do
Brasil, na "europa" brasileira, Santa Catarina, famílias de gente boa,
pia, se engalfinham em discórdia com os índios, os sujos, os paraguaios,
os estrangeiros. Parece até coisa do realismo fantástico. Chamam de
estrangeiros aqueles que são os verdadeiros donos da terra. Na terra
Guarani, nesses dias de outono, as gentes espiam pelos barracos mal
havidos, com medo. Porque ousaram lutar e garantir seu território. Agora
amargam a violência e a discriminação. E, ao largo, a vida passa.
Seve e Eduardo em vídeo sobre o livro "Contos da Seve"
Veja vídeo para conhecer Severiana Rossi Correa e Eduardo Schmitz. Seve contou a
Eduardo as histórias que compõem o livro "Contos da Seve", lançado no dia 20 de
março em Florianópolis.
“Sonhos Interrompidos” teve lançamento na Capital
Sem a pretensão de entrar em detalhes sobre a
anorexia, suas causas, consequências e tratamentos, o livro “Sonhos
Interrompidos” é um simples e emotivo relato escrito por duas irmãs, Carla e
Mariana Marcondes Ferreira de Souza, que vivenciaram de perto a devastação que
essa doença pode causar em uma pessoa, e em todos ao seu redor. O lançamento foi no dia 21 de março no hall do Centro de Convenções do
Hotel Oceania, Praia dos
Ingleses, Florianópolis.
Como afirma a jornalista Marcela
Cornelli, na apresentação do livro, “a história de Carla é a história de muitas
meninas, jovens e adolescentes que buscam o padrão de uma beleza criada pela
sociedade e pela mídia burguesa. Uma sociedade doente onde o culto excessivo à
aparência influencia milhões de pessoas.”
A impressão do livro foi viabilizada graças ao
apoio de um conjunto de entidades sindicais (SINDPREVS/SC, SEEB, SINTRAJUSC,
SINDES, SINTRAFESC, SINERGIA e SINTRATURB), CPCC (Cooperativa de Produção em
Comunicação e Cultura), Revista Pobres & Nojentas e Editora Letra.
Assessoria de
Comunicação do Sindprevs/SC
Veja vídeo do lançamento do livro "Contos da Seve"
Veja abaixo o vídeo sobre o lançamento do livro "Contos da Seve", no dia 20 de março na Fundação Franklin Cascaes.
terça-feira, 12 de março de 2013
Livro Contos da Seve será lançado em 20 de março, Dia do Contador de Histórias
O livro Contos
da Seve será lançado no dia 20 de março (quarta-feira), às 19 horas, na
Fundação Franklin Cascaes
(Forte Santa Bárbara,
rua Antônio Luz, 260, no antigo terminal central, quase
esquina com a avenida Hercílio Luz). O livro, com histórias narradas por
Severiana Rossi Correa, foi organizado pelo jornalista Eduardo Schmitz, e tem o
apoio da Revista Pobres & Nojentas e da Fundação Franklin Cascaes.
Prefaciado pelo
também jornalista Moacir Loth, Contos da Seve tem 118 páginas. São 57
histórias que levam o leitor para paragens desta Santa Catarina onde pessoas,
objetos, casas, morros, são feitos de uma substância mágica, às vezes terna, às
vezes cruel e espantosa. Como escreve Moacir Loth no Prefácio, Seve “tirou de
sua memória bruxólica causos e contos que pouco devem ao mitólogo Franklin
Cascaes, o bruxo da Ilha da Magia. Ambos, bruxo e bruxa, contam histórias com
tanta intensidade que transmitem ao leitor a certeza absoluta de que suas
histórias são fatos; suas lendas, notícias; seus causos, reportagens. Se Cascaes
narrou o fantástico da Ilha e a saga dos açorianos, agarrado a bois e bruxas,
Seve dá conta do folclore, do imaginário, do espírito e dos costumes do
interior”.
Seve foi capa da
edição 9 da Revista Pobres & Nojentas, que vai para a trigésima edição. A
beleza da história dela e das que ela contou disparou a vontade de colocar as
narrativas todas em papel. E foi o que o Eduardo fez, com uma primorosa capa
também desenhada por ele.
A autora nasceu em
Lages e em 2012 completou 89 anos. Ela viveu a colonização do Alto Vale do
Itajaí. Teve 16 filhos, e vieram 56 netos, 66 bisnetos e 4 tataranetos. Já
Eduardo Schmitz é um taioense de 38 anos que desde cedo mostrou ter habilidade
com desenhos. Criado num sítio, no interior de Salete, só foi ter contato com a
área editorial por volta dos 16 anos, quando começou a trabalhar num pequeno
jornal semanal na cidade de Taió. Foi assim que aprendeu o oficio de diagramador
em “past up”, sendo que, vez por outra, também eram publicadas algumas de
suas charges.
Mais tarde, com o
advento dos primeiros softwares de editoração eletrônica, Eduardo foi
trabalhar na indústria gráfica, onde participou, por mais de 10 anos, na
execução de vários projetos de cunho comercial. Buscando algo mais autoral e
menos técnico, resolveu estudar jornalismo, formando-se em 2007 pela
Universidade do Alto Vale do Itajaí (Unidavi). Quando ainda cursava o segundo
semestre da faculdade, Eduardo deu início à criação de um jornal de bairro em
Taió, sendo que anos depois o projeto acabou incentivando-o à criação de um
mensário gratuito e de maior circulação, chamado Observatório Local, onde eram
publicados contos da Seve. Atualmente Eduardo trabalha como freelancer em
projetos de editoração, ilustração e webdesign.
A data escolhida
para o lançamento do livro não é por acaso. Em 20 de março é comemorado o
Dia do Contador de
Histórias. A data foi criada em 1991, na Suécia, e tem como
principal objetivo reunir os contadores e promover a prática em todo mundo. No
lançamento, Aline Maciel, da Cia. Mafagafos – contadores de histórias, irá ler
contos da autora. A ideia é marcar a data e compartilhar a beleza das lendas,
causos e contos da Seve.
Serviço:
Lançamento do
livro Contos da Seve, organizado por Eduardo
Schmitz
Quando: 20 de
março (quarta-feira), às 19 horas
Onde: Fundação Franklin Cascaes (Forte
Santa Bárbara , rua Antônio Luz, 260, no antigo
terminal central, quase esquina com a avenida Hercílio Luz)
Apoio: Revista
Pobres & Nojentas e Fundação Franklin
Cascaes
quarta-feira, 6 de março de 2013
Globo, ¿por qué no te callas?
Míriam Santini de Abreu
Não li nem vi a maior parte do que foi publicado sobre a morte de Hugo
Chávez nos principais meios de comunicação do país. Mas ontem, passei pelo
Jornal da Globo e comprovei que não há limites para a vileza supostamente
informativa da Rede Globo, porque não se pode classificar o dito conteúdo como jornalístico. Refiro-me especificamente ao "resumo" da trajetória de
Chávez narrado pelo apresentador William Waack, indicado abaixo, onde também
está uma avaliação mais detalhada sobre a cobertura da mídia a respeito da
morte do presidente venezuelano.
É odioso o fato de os sucessivos governos do Brasil não
abrirem o debate sobre a regulamentação da atividade de comunicação (terceiro
link abaixo), como fizeram a Venezuela, a Argentina, a Bolívia, o Equador e
o Uruguai. A presidenta Dilma também não dá indícios de que vá avançar um
milímetro nesse tema. Quisera ver, no Brasil inteiro, um clamor: Globo, ¿por qué no te
callas?
terça-feira, 5 de março de 2013
Seu Antônio, um lutador
Elaine Tavares
É nesse dia 8 de março, às 18h, na
Escola América Dutra Machado, o lançamento do livro "Seu Antônio, a história de
um líder", fruto do trabalho generoso da educadora Sandra Ribes junto à vida das
comunidades Chico Mendes e Monte Cristo. Ué, mas no dia da mulher, a história de
um homem? É que nós, da Pobres e Nojentas, já conseguimos superar essa divisão.
Mulheres e homens - se estão na luta por um mundo melhor - ocupam o mesmo
patamar e suas histórias merecem o mesmo destaque.
Seu Antônio é mais um personagem que
poderia passar invisível na história de uma cidade pródiga em homenagear
carrascos e predadores. Ele é um homem simples, que vive numa comunidade
empobrecida, não frequenta altas rodas, nem salões acarpetados. Sua trajetória
se fez na estrada de chão, nas vielas da comunidade, sempre na batalha por
direitos, por dignidade e vida plena.
São essas pessoas que a equipe da
Pobres e Nojentas faz questão de iluminar com focos de luz intensa. Porque é
gente assim, como o Antônio, que verdadeiramente constrói a cidade e muda a vida
de centenas de outras pessoas com sua força, garra e luta renhida.
Então, nesse dia da mulher, as mulheres
da Pobres convidam homem e mulheres, gente que luta, para prestigiar esse
lançamento. Não acontece em uma galeria chique, nem numa livraria "da hora". É
na comunidade mesmo, espaço de Antônio e dos seus. O livro é a memória viva da
luta das comunidades do continente. O livro é história real, façanha
comunitária. Pode chegar no Monte Cristo e compartilhar, com amor e com
ternura.
Escola América Dutra Machado - Bairro
Monte Cristo - 18h - 08/03/2013
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