quarta-feira, 20 de abril de 2011

Mudanças de trânsito na UFSC

Elaine Tavares

Uma equipe de professores da UFSC apresentou há poucas semanas o seu plano para o trânsito no entorno da universidade. Isso tudo porque é cada dia mais difícil chegar ou sair da UFSC. Os caminhos que vem da região da Costeira, tanto a subida pela Capitão Romualdo como pela Edu Vieira são totalmente trancados. O motivo não é outro senão o número de carros. Carros demais. De manhã é assim. Na ida para a UFSC as duas vias estão engarrafadas. No final da tarde igualmente.


Pois a proposta de solução para o problema é tornar a Edu Vieira uma via de duas pistas, só de ida, e a Capitão Romualdo com as duas pistas só de vinda. Mão única. Sinceramente, não vejo como isso pode melhorar o trânsito. O fluxo que hoje se move devagar em direção a UFSC vai seguir igualzinho em duas vias. Não há diferença nenhum, a não ser que a fila ficará lado a lado e não em vias diferentes. Mas que idéia de jerico é essa?


Como se não bastasse isso, ainda tem mais. A idéia é fechar totalmente o campus da UFSC para os ônibus. Nenhum mais entraria. Segundo o professor que explicou a proposta: “não há sentido nenhum em os ônibus entrarem na UFSC”. Ora, é claro que o senhor em questão não deve usar o ônibus. Hoje, já é um parto pegar ônibus na UFSC, principalmente a noite, porque, dependendo a rota, a pessoa precisa atravessar o campus. Imagine que a criatura esteja no CFH e queira pegar o Direto. Tem de atravessar pela escuridão da região do Básico até a parada em frente ao CSE. Aquilo ali é um perigo diário. Há anos que se reivindica a administração da UFSC uma melhor iluminação. Mas nada é feito.. . Até que venha uma tragédia.


Se a mesma criatura que está no CFH precisa pegar o ônibus para Canasvieiras, tem de atravessar a escuridão do Básico, passar pelo escuro do caminho da Biblioteca, até a parada em frente ao Banco do Brasil. E assim por diante. É um verdadeiro suplício, além de perigoso.



Pois a proposta dos “técnicos” é jogar as paradas para fora da UFSC, para além das rótulas, o que significa que as pessoas precisarão andar muito mais para chegar à parada. Ou seja, já temos o pior transporte público do país, o mais caro, o mais demorado, o mais cheio e se assim for, na UFSC, o mais distante.


Sinceramente, rogo aos técnicos, professores, engenheiros, enfim, estes todos que se arvoram em saber o que é melhor para as gentes, que ouçam os que sofrem o transporte. Já basta de pensar a cidade para os carros. Há que facilitar a vida das pobres criaturas que precisam enfrentar as desgraças do busão. Basta de complicação. Já é dureza demais ter de enfrentar o transporte desintegrado que nos obriga a levar de duas a duas horas e meia para chegar ao trabalho e à casa.


A única possibilidade de aceitação das duplicações da Capitão Romualdo e da Edu Vieira é se elas forem abrigar um corredor exclusivo de ônibus. Uma via fica para os carros, que seguirão na mesma de hoje. Mas a segunda seria para os ônibus, que cruzariam rápido e chegariam à UFSC em 10 minutos. Seria uma medida que privilegiaria o transporte de massa, enfim. E ônibus seguiriam passando por dentro da UFSC para que a gente pudesse entrar neles sem precisar atravessar os escuros, para que a vida ficasse mais fácil e a gente pudesse chegar as nossas casas mais cedo. Pensem nas gentes, senhores, nas gentes... Ao diabo com os carros. A cidade é das pessoas!

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