sexta-feira, 19 de março de 2010

A esperança de um jornalismo melhor em Honduras


Ronnie Huete e Rony Martinez - Fotos de Celso Martins

Para o jornalista hondurenho Rony Martinez, a experiência da Rádio Globo Honduras de resistência ao golpe militar naquele país no dia 28 de junho de 2009, abre perspectivas de um jornalismo mais popular, mais próximo do povo. Dentre as várias atividades que cumpre em Santa Catarina, Martinez concedeu entrevista coletiva na tarde do dia 18 no Sindicato dos Jornalistas, entidade que o trouxe ao Estado. Ele observou que após a queda de Manuel Zelaya, enquanto as demais emissoras não falavam em golpe de estado, a Rádio Globo, na qual trabalha, tomou a decisão de abrir seus microfones para a população e relatar o que realmente acontecia em Honduras.

E é sob este aspecto que ele acredita em mudanças positivas no jornalismo praticado em seu país, salientando que a Globo, uma rádio pequena, rapidamente passou a ser a mais ouvida por informar a população sobre os acontecimentos no país, já que as demais emissoras mantinham programações alienadas à realidade política. Assim como ele, o também jornalista hondurenho Ronnie Huete, que realizou farto trabalho como fotógrafo e repórter independente, frisa que atualmente as rádios copiam o estilo da Globo e abrem espaço para que a população possa expressar suas reivindicações, reclamações, enfim, possa falar dos seus problemas e do que o Estado precisa fazer por essa população.

Sobre o desempenho dos jornalistas durante o processo do golpe, assinalaram que muitas vezes os profissionais queriam relatar determinados fatos, mas os donos das empresas censuravam textos e fotos ou deturpavam e manipulavam dados a favor dos golpistas. Eles acreditam que o desempenho da Rádio Globo, em ouvir a população, fortaleceu o jornalismo em Honduras e isso deve trazer boas conseqüências à categoria naquele país. (L. S. e C. M.)

JORNALISMO
II Encontro de
Soberania
Comunicacional


Acontece sexta-feira (19.3) na sede do Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região do segundo Encontro pela Soberania Comunicacional, iniciando às 9 horas com o debate sobre o tema "O jornalismo de resistência e libertação", com a participação de Rony Martinez (Rádio Globo Honduras), Elaine Tavares (IELA-UFSC), Jilson Santos (AGECON) e Raul Fitipaldi (Portal Desacato).

Às 14 horas acontece o segundo debate – O uso da Internet na Luta pela Soberania Comunicacional – com a participação de Marco Arenhart, Urda Klueger, Celso Martins e Ronnie Huete. Em seguida será feita a entrega do Prêmio Volodia Teitelboim, sob a coordenação de Vanessa Bortucan. Premiados: Urda Klueger, Míriam Santini de Abreu, AGECON e Rony Martínez Chávez.

Por fim ocorre o lançamento do filme “De um golpe, Honduras” (veja ficha técnica abaixo). O segundo Encontro pela Soberania Comunicacional é uma promoção do portal Desacato e revista Pobres e Nojentas, com apoio do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região

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"De um golpe, Honduras"

Ficha Técnica

Baseado no roteiro de Raul Fitipaldi
Fotografia: Marco Nascimento
Montagem: Samanta Barros
Trilha original: Fred Malverde
Foto-jornalismo hondurenho: Ronnie Huete Salgado

Direção: Aline Razzera Maciel
Pepe Pereira dos Santos

Elenco:
Matias Garcez
Sigval Schaitel
Carina Scheibe
Raul Fitipaldi
Elaine Tavares
Gustavo Tirelli
Joana Di Migueli
Karine Wandy
Francielly Freitas

Voz over:
Silvio Smaniotto
Aline Razzera Maciel

Figuração:
Silvio Smaniotto
Carlos Henrique Pianta
Ronnie Huete Salgado
Pepe Pereira dos Santos
Ulisses Veras Di Migueli
Glauco Marques
Kaká

Edição:
Aline Razzera Maciel
Pepe Pereira dos Santos
Samanta Barros

Trilha original, composição e execução:
Fred Malverde

Assistência de arte e objetos: Vanessa Bortucan, Gustavo Tirelli e Flávia Maria Torrezan

Imagens e áudios de arquivo
Pobres & Nojentas
Portal Desacato
Rádio Globo Honduras
YouTube

Apoio Cultural
SINERGIA – Sindicato dos Eletricitários

Produção
ARCCA – Associação Rádio Comunitária Campeche

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