quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Um Táxi para a Escuridão

O jovem taxista afegão Dillawar, de 22 anos, estava com seus primeiros passageiros quando foi capturado por soldados dos Estados Unidos. Morreu dias depois na Base Aérea de Bagram. O corpo miúdo fora massacrado por chutes, principalmente nas pernas. Ele ficou horas a fio algemado no teto da cela. A história inicia o documentário “Um Táxi para a Escuridão” (Taxi to the dark side, Estados Unidos, 2007, 105 minutos, direção de Alex Gibney).
O trabalho mostra as torturas praticadas pelos estadunidenses na sua “caça aos terroristas” desde o 11 de setembro. Uma delas, a tortura pela sensação de afogamento, era usada no período da Inquisição, como revela a Mostra Internacional de Instrumentos de Tortura da Idade Média, que está no porão do Teatro Álvaro de Carvalho, no Centro de Florianópolis.
Na base de Guantánamo, em Cuba, a CIA e o exército desenvolveram e criaram métodos de tortura e testaram nos detentos. Os presos ali, sem direito a habeas-corpus e sem saber o motivo pelo qual haviam sido presos, tiveram corpo e mente moídos com a anuência do alto escalão do governo. Um dos detentos, sob tortura, disse que Saddam Hussein havia treinado a Al-Qaeda no uso de armas químicas. O documentário revela que uma pessoa torturada diz o que o torturado quer ouvir. E tudo o que os EUA queriam era um motivo para invadir o Iraque. Com ou sem provas.

Nenhum comentário: